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O Décimo Segundo Jogador

Todo mundo que é ligado em futebol sabe que se joga com onze jogadores contando com o goleiro. Mas existe um décimo segundo jogador que não entra em campo, mas que participa efetivamente de todas as jogadas, partidas, pode receber cartão, e ser responsabilizado diretamente pela vitória ou derrota de todo o time. O técnico. Normalmente representado por apenas um nome, mas na verdade trata-se de uma equipe inteira, que assim como na Fórmula1, precisa funcionar de maneira precisa e entrosada.

A comissão técnica funciona para dar suporte ao técnico, até mesmo porque este pode ficar impedido de estar presente em campo, e é composto de:
– um auxiliar técnico, que auxilia o treinamento com bola, jogadas, e decisões mais importantes.
– um preparador físico, responsável pela boa forma, treinamentos, e desenvolvimento das habilidades individuais de cada jogador.
– um preparador de goleiros, focado apenas no treinamento dos goleiros – titular e reserva – devido ao treinamento completamente diferente necessário para a sua posição.
– um analista de desempenho, que analisa cada jogador individualmente e faz uma análise estatística por jogo.
– um olheiro, responsável por descrever minuciosamente cada estratégia, habilidades, e fraquezas das equipes adversárias que serão enfrentadas.
– um fisiologista, diferentemente do fisioterapeuta, o fisiologista prescreve as fisioterapias a serem aplicadas em caso de dores, ou lesões.
– um massagista, presença fundamental para retirar a acidez e toxinas musculares acumuladas após longas horas de treino ou jogo.
– um nutricionista, necessário para manter a boa forma física, evitar doenças, e problemas digestivos antes e pós treinos e competições, viagens, e manutenção do peso dos atletas e da equipe técnica.
– um psicólogo, presença fundamental para manter o equilíbrio mental da equipe, caso algum jogador esteja enfrentando um problema pessoal, ou de saúde, para acalmar ânimos acirrados, para equilibrara as energias, e não deixar que situações negativas interfiram na hora do jogo, acarretando em derrotas por instabilidade emocional.
– um fisioterapeuta, profissional responsável pela aplicação adequada das práticas e técnicas de reabilitação prescritas pelo fisiologista ou fisiatra.
– um médico, porque somente um médico tem a capacidade e direito de receitar medicamentos e indicar exames de imagens ou mesmo procedimentos cirúrgicos quando necessários.
– um cozinheiro, ‘chef’ de uma equipe responsável pela preparação do cardápio recomendado pelo nutricionista e boa preparação e armazenamento dos alimentos, seja em época de treinos ou viagens.
– um diretor, o responsável por toda a logística administrativa, pagamentos, reservas, e demais detalhes que envolvam contratos, notas fiscais, e deslocamentos do time e da equipe técnica.
– um supervisor, pessoa que auxilia o diretor nas funções administrativas e controle dos detalhes, se preocupando que tudo esteja funcionando conforme indicado pelo diretor.
– um coordenador, o pivô do da comissão, auxiliando o diretor diretamente, bem como o supervisor, garantindo que desde o uniforme, ao horário dos vôos, reservas e jogadores estejam alinhados e preparados conforme indicado por cada um dos profissionais envolvidos no processo.
A Responsabilidade do Técnico
Dito isso, não seria justo responsabilizar apenas um nome pelo mal desempenho do time em uma partida… Só que não! Em geral quando uma seleção de forma inesperada toma uma goleada, o técnico é responsabilizado e em geral não tem o contrato renovado após seu término. Funciona como um rompimento de namoro, um divórcio.
Dentre os técnicos que estão escalados para a Copa do Mundo da Rússia 2018, talvez Jorge Sampaoli tenha a missão mais difícil, o de encerrar o jejum da Argentina, uma das três seleções indicadas ao título, que não leva o título desde 1993, ou seja, há bons vinte e cinco anos.
Outro que tem uma missão das mais nobres é o técnico da seleção do Peru, o Coronel Bolognesi, mesmo com nome de molho Italiano, é o responsável pela atuação da seleção Peruana depois de trina e seis anos ausente do evento.

Mas outros nomes também vão ser muito citados durante o evento, começando pelo Tite, técnico da seleção Brasileira e responsável por devolver o ânimo ao time após a derrota sofrida na última Copa pelas mãos do Felipão. Há também o temido Joaquim Low, o craque da seleção Alemã tão repleta de talentos tanto no time oficial quanto no alternativo. E fechando o time dos cinco favoritos da Copa, Julen Lopetegui, o Espanhol que encanta dentro e fora do campo.

Pela Inglaterra, Gareth Southgate, um lord que têm a missão sobretudo de manter a boa imagem a aristocracia Inglesa. Não menos complexa é a pressão que o treinador Russo, Stanislav Cherchesov, vai sofrer durante as primeiras fases do evento, ganhar uns quatro jogos contra seleções competentes para tentar chegar as oitavas, ou quem sabe até as quartas de final. Será que vai surpreender? Fernando Santos lidera a seleção Portuguesa, um veterano com um belo time nas mãos. Didier Deschamps defende a seleção da França, ex-jogador que passou a maior parte do tempo passou nos verdes gramados, um craque com olhar de lince. E há os que defendam o jogo coletivo, o equilíbrio psicológico, e o pensamento coletivo como os técnicos da seleção da Polônia, Adan Nawalka; da Bélgica, o Espanhol Roberto Martinez; o do Egito, Héctor Cúper; e o Colombiano, José Pékerman. Grandes nomes que serão citados durante os jogos da Copa, e que realmente podem fazer a diferença por devolverem a calma, confiança, e vontade aos jogadores e times.

Sim, porque Copa do Mundo se ganha com vontade de vencer, defendendo, atacando, e levantando a cabeça mesmo depois de sofrer um gol, porque o jogo só acaba quando termina, e tanto o lado psicológico, quanto técnico, o esquema tático e a boa forma de cada jogador influenciam no resultado final, que a partir da segunda fase da Copa, pode acabar com o sonho e mandar toda a equipe de volta para casa sem os louros na cabeça e os holofotes da imprensa. Mas de qualquer forma, o importante é manter o espírito esportivo, vencer ou perder de cabeça erguida, reconhecendo as qualidades da equipe adversária e ensinando aos povos e futuros jogadores que o importante é competir, e que perder ou ganhar fazem parte de qualquer jogo.