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Com o contexto nacional e internacional convulsionado pela pandemia mundial, a criatividade emerge. Assim, no marco de uma readequação geral ao impacto gerado pelo COVID-19 das economias mundiais e as prioridades. É evidente que em consequência, as comunicações e o paradigma de divertimento estão mudando drasticamente. Desde a Champions League passando pelos JJOO com data para 2021, o esporte mundial sofreu um embate de proporções imensas. Então, qual será o destino das apostas online e dos estádios de futebol, e-sports, talvez?

A regulamentação ainda é provisória, pois a medida estabeleceu um prazo de um ano e meio para que as entidades esportivas possam discutir as regras envolvidas. E, só depois disso, o governo vai liberar por completo esse tipo de aposta. Mesmo sem as devidas regras concluídas, a notícia já movimentava o mercado internacional do futebol, esporte que mais gerava receita no Brasil, atraindo os olhares de grandes empresários europeus do ramo. Já no mercado europeu, o setor de apostas em jogos rendeu 35 bilhões de euros. Essa cifra, somente na Espanha, segundo a Fundación CODERE. Acompanhe.

e-sports, apostas e os estádios de futebol

Certamente, os estádios de futebol eram o coliseu dos esportes. De fato, o governo da Espanha revelou que existem 800 mil apostadores ativos no país e, assim como no brasileirão, a receita de, pelo menos, dez clubes da La Liga, vinha de sites de apostas esportivas. Já na Grã-Bretanha, o fluxo de rendimento é ainda maior. De fato, mais de 14 bilhões de libras. Assim, imagine a indústria voltada para os e-sports em estádios de futebol virtuais. Com as casas de apostas em colapso por conta da pausa esportiva no mundo inteiro, um novo mercado abre suas portas -mais ainda-. Estamos falando dos e-sports como uma progressão lógica, considerando a realidade atual.

De fato, o estádio do Stoke City, da EFL Championship – Série B local – foi a primeira arena de futebol de grande porte a ser batizada com nome de uma empresa de apostas. São essas empresas que já circulariam na cena nacional, de olho nos milhões que as apostas esportivas clássicas podem gerar por aqui. Elas já fizeram movimentar cerca de 4 bilhões por ano com os apostadores brasileiros.

Aliás, até dezembro de 2018 as apostas esportivas eram consideradas jogos de azar e, por isso, estavam inseridas na proibição imposta pela lei 9215 de 1946. No entanto, o então presidente do Brasil, Michael Temer modificou essa situação e levou a modalidade para a legalidade. Em “um sistema de apostas relativas a eventos reais de temática esportiva, em que é definido, no momento de efetivação do jogo, quanto o apostador pode ganhar em caso de acerto de prognóstico”, segundo a Lei n 13.756/2018. Assim, essa legislação abriu brecha para um novo período do Brasil no mundo das apostas que deverá ser revisado hoje.

e-sports e o destino dos estádios de futebol

e-sports e os estádios de futebol no Brasil

Certamente, essa opção já foi indicada como o futuro do esporte tradicional, e o Brasil conta com a Confederação Brasileira de e-sports. De fato, e-sports já vem acontecendo no Brasil em paralelo com o campinho e os estádios de futebol. Segundo informações publicadas no site da CBeS:

O mercado de eSports brasileiro ainda tem muito a se desenvolver. Comparado com mercados internacionais em sua maioria os atletas e equipes brasileiras de eSports sofrem ainda com uma falta de estrutura e investimento interna. Alguns dos atletas que mais se destacaram no Brasil acabaram procurando estrutura de outros países para seu desenvolvimento, como foi o caso da equipe Luminosity que teve seu técnico e line-up adquiridas pela SK Gaming e passaram a morar nos Estados Unidos e realizar seus treinamentos em terras americanas.

Sabendo dessa necessidade do mercado nacional, a CBeS – Confederação Brasileira de eSports possui programas e projetos voltados para o desenvolvimento dos atletas no Brasil a um nível de performance comparável com os atletas internacionais e potencializar as equipes brasileiras. Um desses programas foi o 1o. Curso de eSports para alunos Universitários, em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi, com o objetivo de formar a comissão técnica para as equipes da universidade.

Confira três das equipes brasileiras de eSports que obtiveram sucesso e reconhecimento nacional e internacional

  • Progaming

Fundação em 18 de fevereiro de 2016.
Atualmente participa do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLOL). Patrocinada por HyperX Brasil e AORUS Gigabyte Brasil.
Títulos:
Tri Campeã da Liga Pro Gamers Club

  • paiN Gaming

Fundada em 2010 como time de DOTA.
Uma das principais equipes brasileiras de eSports. Atualmente, a organização possui equipes que disputam League of Legends, Rainbow Six Siege, Counter-Strike: Global Offensive, bem como é representada por jogadores de Hearthstone e Clash Royale. Foi a primeira equipe latino-americana a ter uma gaming house e a primeira organização mundial de eSports a ter um programa de sócio torcedor, que chegou a ter adesão maior que a de times da Série A. Uma das equipes mais tradicionais do eSports brasileiro, em 2017, a Pain Gaming anunciou seu retorno oficial ao Dota 2, voltando a suas origens.
Títulos:
Além do Dota, a paiN já foi campeã brasileira de Smite e, também no League of Legends por duas vezes.

  • CNB eSports Club

Fundação em 19 de março de 2001.
O CNB eSports Club é um dos clubes mais tradicionais da América Latina. Com 17 anos de existência, a organização tem seu nome marcado em diversas modalidades. Atualmente, as atividades estão focadas no League of Legends, mas, ao longo da nossa existência, já tivemos investimentos no Counter-Strike, Fifa, Street Fighter, Guitar Hero e Heroes of the Storm. Uma importantíssima equipe brasileira de eSports.
Títulos:
Campeã do Desafio Internacional na BGS de 2013 e duas vezes Vice-Campeã do CBLOL (2014 e 2016).

*Dados divulgados pela CBeS no seu site oficial.

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e-sports e o destino dos estádios de futebol em 2020

Os lucros da nova casa das apostas

De fato, a metade dos clubes brasileiros da séria A já lucravam com as apostas online e o patrocínio de casas de apostas. No entanto, há dirigentes interessados em participar dessa divisão financeira e, por isso, a expectativa pela regulamentação é grande. Destarte, a legislação pretende contemplar ações de prevenção à fraude e à lavagem de dinheiro, uma vez que o futebol brasileiro já foi alvo das máfias internacionais do setor. Aliás, o caso mais famoso de manipulação de resultado no futebol brasileiro foi em 2005.

  • 11 jogos do Campeonato Brasileiro apitados por Edilson Pereira de Carvalho foram anulados após a revelação do escândalo de arbitragem

Reflexão

Por tanto, engana-se quem pensa que as apostas ficarão limitadas ao futebol. Elas poderão ser feitas em todas as modalidades. A ideia é que o torcedor possa jogar em cerca de 50 modalidades durante uma partida – do placar até o número de cartões da partida. Assim, lei aprovada em dezembro de 2019 e sancionada pelo ex-presidente Michel Temer, a União credenciaria operadores privados para oferecer esse tipo de aposta. Dalí o interesse de grandes empresas nacionais e internacionais. No entanto, ainda está em processo a regulação das apostas esportivas no Brasil. Destarte, vamos ver o que acontece com e-sports.

Assim, caberá refletir sobre o futuro do esporte no mundo inteiro, não somente com o auge dos e-sports, mas com a nova modalidade virtualizando os esportes tradicionais. Será que as gerações futuras irão conhecer o significado da palavra esporte a partir de torneios online? E, mais substantivo ainda, qual o futuro da atividade física e da nossa própria saúde nesse contexto em que o contato físico dentre jogadores e esportistas fica limitado para o mundo virtual? Provavelmente, o ser humano recriará o conceito de exercício físico. Quem sabe, as aulas de ginástica ou natação farão parte do mundo virtual, em forma generalizada. Quem sabe, JJOO redefinam-se com os e-sports.

Conclusão

Certamente, debates em torno da regulamentação já foram iniciados e tem rodado o país para chegar a um consenso que contemple a todos os envolvidos. Na verdade, apesar da ilegalidade dos jogos no Brasil, cerca de 500 sites online hospedados no exterior e com páginas em português já movimentavam esse mercado. Certamente, com a normatização vem a inclusão de empresas nacionais no setor. O que seria benéfico, uma vez que os brasileiros não investirem de qualquer maneira em sites estrangeiros.

Assim, e-sports substituiriam estádios de futebol. Invariavelmente, em momentos de regulamentação das apostas esportivas no Brasil, e-sports deverão ser prioridade. Consequentemente, na segurança e na integridade do esporte. Assim, ambos pontos serão cruciais para garantir a lisura do processo. É com esse propósito as entidades e governos devem procurar soluções acordes na atualidade.