A lei que proíbe apostas online de 1946, já está deixando espaço para um novo sistema de fiscalização e regulações de jogos e apostas no Brasil.
Dadas as revelações sobre algumas falhas regulatórias na MP aprovada em novembro de 2018, vamos distinguir alguns desses pontos e fazer algumas diferenciações de lá até hoje. Também, vamos deixar clara a postura de Trafane durante a audiência pública do dia 22 de maio de 2019 no Congresso e contar um pouco da sua vida para você.
Igor Trafane, conhecido também como “Federal” tem estado perto do pôquer desde moço e impulsando a regulamentação dos jogos no Brasil há muito tempo.
Igor Trafane vs. lei que proíbe apostas online
Provavelmente, Igor Trafane aprendeu a jogar poker como muitas pessoas nascidas após 1946 -e após o decreto lei que proibiu as atividades ligadas ao ramo das apostas. Desde muito jovem esteve ligado ao Instituto Cultural Americano, um ramo totalmente afastado das apostas e do pôquer.
Após vários anos como sócio da sua tia no ramo da educação foi seduzido pelo poker. E desde lá, ele vem buscando a legalização e a regularização das normativas em torno ao pôquer e jogos de azar no Brasil. Trafane sempre tem reafirmado a necessidade de regulamentações, desde sua etapa de jogador até hoje e tem uma longa trajetória na defesa de regulações no ramo.
- Trafane é fundador da Confederação Brasileira de Pôquer (CBTH);
- É Presidente da Confederação Panamericana de Pôquer Esportivo;
- Vice-presidente da BRESP (Associação Brasileira dos Esportes Intelectuais);
Portanto, foi parte da audiência pública, em concordância com a ABCDE que é a Associação Brasileira de Clubes de Esports para falar dos jogos de habilidade em geral. Durante a audiência ocorrida durante a ante última semana de maio no Congresso, Trafane disse que sua meta é regular jogos que de fato já existem e que devem trazer divisas para o pais.
Assim, participou em nome dos seguintes jogos: xadrez, damas, bridge, go, pôquer, sinuca, bilhar.
As declarações de Igor Trafane: gambling e games
Uma grande preocupação no mercado
Começou sua fala dizendo que existe uma grande preocupação muito grande no mercado de jogos de habilidade quanto a criação da lei de jogos de azar no Brasil. Relembra que a Comissão foi formada para discutir a legalização dos jogos de azar online.
Contextos atuais no Brasil para regulações novas
Desta forma, e como pontapé de início remarcou que a nomenclatura em inglês facilita a diferenciação dentre jogos no mundo anglo.
Assim, Igor pontualizou que esta tarefa é um desafio para o Brasil pois a palavra ”jogo” é uma generalidade. De fato, em português o que acontece é que a palavra jogo é usada para todo tipo de atividade lúdica na língua portuguesa dentre tipos de jogos.
Então, Trafane diz que há uma grande indústria no nosso país que está inquieta perante o risco de que as novas regulações coloquem em risco uma indústria já existente.
Diferenciações dentre os jogos no Brasil
Assim, para explicar a complexidade envolvida em regulações adequadas, Igor Trafane subdividiu os jogos de azar em distintas categorias, a seguir.
Então, segundo Igor, os jogos de azar são entendidos como uma ampla gama de opções dentre as quais podemos incluir:
- Loteria
- Megasena
- Bingo
- Roleta
- Bacará
- Black Jack
- Craps
- Apostas Esportivas
Destarte, existem diferentes categorias dentro de cada um deles. Assim, temos jogos de habilidades que se subdividem em várias categorias, no caso, focados em esportes dentro dos quais temos:
Sports tradicionais
- Futebol
- Basquete
- Volley
- Tênis
Jogos que são considerados como esportes da mente
- Xadrez
- Dama
- Go
- Pôquer
- Bridge
Competições intelectuais que envolvem jogos de habilidade mental
- Gamão
- Dominó
- Magic
Jogos de destreza física que são jogos de habilidade
- Sinuca
- Bilhar
- Boliche
- Bocha
Os E-games (jogos no celular)
E-Sports
- Delta
- Counter Strike
- League of Legend
- RPG
Os Infanto-juvenis
- Angry Birds
- Tetris
- Candy Crush
- Video-Game
- Fliperama
Fantasy Games
- Cartola
Jogos de tabuleiro
Legislação consciente
Consequentemente, Trefane destaca que existe uma amplíssima variedade de jogos de azar que entram na categoria de “jogo” sendo parte da oferta atual no Brasil. Também, com novas legislações haverá mais opções de trabalho e tributações, e certamente lembrar de cuidar da indústria já existente sem prejudicá-la.
Números, jogadores e jogos no Brasil
Seguidamente, vamos falar em quantidades. No caso, sobre a quantidade de pessoas que curtem os distintos jogos, e, consequentemente, ter uma ideia mais clara das proporções das preferencias no Brasil.
Aliás, os E-Games ou e-sports, jogos online (no celular ou em dispositivos) trazem para si 50 milhões de consumidores. Sim, 1/4 da população do Brasil curte jogos baixados no seu celular. Assim, este fenômeno também faz parte das razões para as apostas online terem tanto sucesso (dentro e fora do Brasil). E também, para essas regulações estarem acontecendo nesses momentos.
Assim, se falarmos em bilhar e sinuca, jogos mais tradicionais e aquerenciados no folclore brasileiro, aglutinam 15 milhões de pessoas no nosso pais. Por sua vez, um dos jogos mais antigos da história moderna, o xadrez leva 12 milhões de adeptos no Brasil. Certamente, o jogo de damas tem 5 milhões de jogadores no nosso pais, e o go e o dominó levam 3 milhões de fãs (a população do Uruguai).
Conclusões finais de Trafane perante o Congresso
Lembretes
Assim, diz Trafane, para ser criado um novo segmento, não se destrua ou se legisle de uma forma a tratar tudo como “jogo”. Aliás, Trafane agregou que, a expressão genérica faz com que a desinformação prejudique a crença geral sobre a legalidade do ramo. O que é proibido no Brasil são os jogos de azar.
Tanto é que se joga futebol em estádios, joga-se tênis, jogam-se todos os jogos que eu mencionei. Então, a gente tem uma cadeia produtiva de empregos já gerados. Entretanto, Trafane destaca a importância dos empregos já gerados pelos jogos de habilidades, (jogadores profissionais, professores, árbitros, diretores de torneios, etc).
Assim, esta indústria já produz mais de 300 mil empregos, entre diretos e indiretos. Segundo o IBGE, cada emprego direto do ramo sustenta 4 pessoas no Brasil, então nós estamos falando de ao redor de 1 milhão de pessoas que hoje vive de uma indústria que já existe.
Consequentemente, esses últimos parágrafos extratados das falas de Trafane, falam de fatos concretos. Continue acompanhando nossas matérias e confira mais novidades sobre este processo regulatório tão esperado pelo Brasil.